O sino da velha Igreja anunciava
10 horas, mas naquela manhã, seu costumeiro badalar era abafado pelos trovões,
que soavam ainda mais fortes com o eco provocado pelas montanhas que cercavam a
pequena cidade. Aos poucos, as trovoadas foram diminuindo e a chuva tomando seu
lugar, acalmando o céu e os corações que se assustavam com sua fúria. Contudo,
o dia tempestuoso não conseguia estragar a beleza peculiar da cidade, que mesmo
sob a chuva parecia manter seu charme de cidade cinematográfica, apesar de não
sê-la.
Tranquilo, com moradores simples e uma paisagem bucólica, o
pequeno lugar, fazia um modesto convite para visitar cada canto seu, parecendo
todos envolverem alguma história interessante. A modernidade já havia dado seu
toque, mas a praça, a Igreja de pedra e grande parte do ambiente ainda
lembravam tempos mais antigos e uma cultura marcante.
A semana toda fora chuvosa, seria
ilusão esperar que naquele dia fosse diferente. Mas, longe de tudo, uma nostalgia
começa a invadir, devagarzinho, adocicando qualquer alma que lá se encontrasse,
ao ouvir o som da água correndo no riacho ali perto, folhas balançando com o
vento e ver natureza na sua perfeita harmonia, fazendo o que sabe de melhor:
impressionar com sua simplicidade, beleza e magnitude. Ah como o homem é pequeno
nesse mundo de tantas e curiosas formas de vida.
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